Sobre Limerência

Explicado. Conheço o nome agora, e que nome esquisito, mas o problema me acompanha a vida toda, desde a infância. Sinceramente, preferia nunca ter sentido nada, assim me resguardaria, nem estaria perdendo nada já que nunca foi meu forte me interessar pela parte prática do sentimento; eu sei que sentia, isso ninguém via, mas só eu sei que senti, que foi real, que existiu, e como, a criança que um dia fui não me deixa mentir, pois é, desde a infância que sou escrava de meus sentimentos, o que contraria grandemente os que sempre me tomaram por insensível. O que essas pessoas não entendem é que o fato de eu sempre ter tido dificuldade em expressar meus sentimentos não quer dizer que eu não tenha sentimentos, só quer dizer que sou péssima em demonstrá-los, apenas isso.

E pensar que eu nem sabia que existia hiperfoco em pessoas, descobri recentemente. A vida toda tendo hiperfoco em pessoas e só agora descubro que isso tem um  nome, uma explicação.
Na infância não tinha consciência do que sentia, não entendia nada, mas me deixava guiar pelos sentimentos, até chorava de paixão pela pessoa do meu interesse, nessa fase da vida que me lembre foram 6, entre colegas de escola a amigo de infância. Não duravam muito, no máximo 1 ano, era só a pessoa sair do meu convívio e aparecer outra para o meu interesse mudar. O problema ficou mais intenso da adolescência em diante, era mais duradouro, constante, que me lembre foram 3. O dia inteiro pensava na pessoa, guardava como um tesouro precioso cada informação, curiosidade que descobria sobre ela, ao sonhar com a pessoa ficava com ela na cabeça o dia todo, o coração acelerava quando a via, as mãos suavam frio, uma ânsia de ver, de ouvir, um frio na barriga, uma alegria absurda, um nervosismo de me tremer por dentro, parecia enfeitiçada, a ponto de passar vários anos gostando da pessoa sem nem sequer mais vê-la, de uma fidelidade estúpida, canina, não tinha olhos pra mais ninguém.

O meu interesse sempre foi sentimental, não tinha interesse carnal, o meu desejo era que a pessoa sentisse o mesmo por mim e ficasse apenas nisso, num imenso e inabalável sentimento amoroso, mas hoje eu sei que ninguém ama assim.

Apenas as emoções, o sentimento, as sensações que ambos despertam me bastam a ponto de eu não desejar mais nada, a não ser desejar que o ser amado sinta o mesmo por mim. Mas quem sentiria? Quem amaria assim? Ninguém. Eis o dilema: eu gostaria que bastasse pra pessoa, como bastava pra mim, apenas o lado  abstrato/teórico do sentimento, mas eu sabia, a pessoa buscava principalmente colocar em prática o que sentia, falo do lado material/carnal do sentimento, era justamente o que eu não queria, o que não me interessava.

O que antes eu chamava de amor/paixão platônicos, hoje já não tenho mais certeza se o era. Pode ser que não passasse de mero hiperfoco.

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